sexta-feira, 11 de abril de 2008

A luta Contra o Preconceito Sexual

À medida que as mulheres iam conquistando direitos e caminhando para a igualdade, consciencializaram-se que em grande parte do mundo eram e ainda são cometidas bárbaras formas de discriminação contra as mulheres. Vão surgindo organizações internacionais com o intuito de com­bater as situações antes referidas, e a própria ONU promove o debate e a procura de soluções para estes problemas.
No sentido de combater este tipo de descrimi­nação estão a ser criadas estruturas que apoiem a mulher a alcançar os seus direitos. São exemplos dessas estruturas as creches e infantários, com o intuito de “libertar” a mulher da obrigação de cuidar dos seus filhos, podendo assim dedicar-se a outras actividades, como a carreira profissional; a requalificação profissional, para que possa aceder a melhores empregos; o incremento da educação sexual, visando um melhor planeamento familiar assim como um melhor conhecimento de ela própria.
Qualquer forma de discriminação é uma violação dos direitos humanos. Em relação à discriminação sexual podemos afirmar que esta afecta metade da população humana, as mulheres. Em consequência destas atitudes, acabamos por desaproveitar muitas capacidades humanas, formando assim uma barreira / obstáculo ao desenvolvimento e evolução da humanidade. Ao discriminarmos os sexos contribuímos para o retroceder de muitos dos nossos valores e pensamentos, ou seja, contradizemos aquilo em que acreditamos através das nossas acções.
A forma mais eficaz de parar de vez com a discriminação é, sem dúvida, através de uma medida radical que vise a alteração das mentalidades. Para isso há que reflectir um pouco sobre a nossa postura no dia-a-dia. Segundo Fernanda Mateus, membro da Comissão Política Organização das Mulheres Comunistas: “É que nós mesmos, os que temos um pensamento e valores que apontam para a igualdade de direitos e participação das mulheres, assumimos muitas vezes atitudes que se distanciam dessa nossa maneira de pensar, acabando por veicular e perpetuar situações de discriminação e até de minimização do papel das mulheres na sociedade… Mas essas mudanças têm de ser acompanhadas de um “pensamento mais activo”, que questione o modo como concretizamos, na prática, os nossos valores.” Veja-se o exemplo do referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez, um tema que exigia reflexão e tomada de uma posição. O resultado revelou que em Portugal ainda há um nítido atraso das mentalidades no que diz respeito a este assunto, a maioria dos portugueses não assumiu uma posição, não reflectiram ou ponderaram bem sobre esta questão.
Como Odete Santos, deputada do PCP, refere: “A democracia é a maior amiga das mulheres porque é através da democracia que se conquistam os direitos.” O regime democrático, associado ao conceito de liberdade, é o meio mais eficaz para a obtenção de direitos; o povo democrático pode pronunciar-se, exigir direitos, baseando-se na igualdade entre todos os cidadãos.
A situação que perdurou por muitos séculos, ao homem cabia a esfera pública e à mulher a esfera privada, não faz sentido no mundo contemporâneo. A mulher, hoje em dia, luta pela obtenção de todos os seus direitos, incluindo o da sua felicidade.
A solução para a eliminação da discriminação sexual não passa pela guerra dos sexos, mas sim pela alteração das mentalidades e pela partilha mais equilibrada entre homens e mulheres, tanto no sector profissional como no sector privado.
Todos nós devemos fazer um esforço para no nosso dia-a-dia eliminar do nosso comportamento todas as atitudes discriminatórias contra os outros, de forma a evoluirmos e criarmos um mundo mais justo e mais livre para todos.

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